A Apple anunciou o lançamento de quatro iPhones 16 com diferentes tamanhos. As versões Pro têm notoriamente pretensões profissionais e artísticas. Em paralelo, a Apple respondeu ao avanço da concorrência com novas funcionalidades de Inteligência Artificial Generativa.
Tim Cook, diretor executivo da Apple, deu início às hostilidades nesta segunda-feira com o anúncio do “princípio de uma nova era excitante”. O caso não era para menos: a cada mês de setembro, a Apple lança um novo iPhone. E desta vez, havia mesmo que recuperar do atraso da gigante de Cupertino desde que a Inteligência Artificial generativa se tornou numa das tendências do mercado – e marcas como Microsoft, Samsung ou Google começaram a lançar os primeiros produtos. Mas no meio de tudo, a mais inteligente das novidades acabou por chegar com um botão de controlo de câmara, que passa a acompanhar os quatro novos iPhones agora anunciados. São eles os iPhone 16, iPhone 16 Plus, iPhone 16 Pro e iPhone Pro Max.
O iPhone 16 tem um ecrã de 15,5 centímetros (cm; 6,1 polegadas) começa nos 989 euros. O iPhone 16 Plus tem ecrã de 17 cm (6,7 polegadas) e tem como preço mais baixo 1139 euros. O iPhone 16 Pro tem ecrã de 16 cm (6,3 polegadas) e começa no 1249 euros. O iPhone 16 Pro Max tem ecrã no 17,5 cm (6,9 polegadas) e tem como preço inicial 1499 euros. Todos os modelos podem ser encomendados a partir de 13 de setembro, mas o período de vendas só arranca a 20 de setembro.
Os responsáveis da Apple começaram por destacar, um botão personalizável, que pode ser configurado para as várias ferramentas, aplicações ou sensores dos dispositivos. É uma inovação que faz a diferença no dia a dia, mas dificilmente terá o “brilho” do novo botão/sensor de controlo de câmara que dá acesso direto às objetivas dos telemóveis e permite com o toque ou deslizamento do dedo fazer zoom, ou ativar ferramentas que permitem definir as características técnicas de uma foto e de um vídeo.
O botão vai estar presente nos quatro novos membros da família iPhone 16. Nas versões Pro e Pro Max é mesmo provável que venham a ter um uso mais intensivo, pois são notoriamente dispositivos feitos para concorrer com muitas câmaras de vídeo profissionais, como se confirma com a captação de sons com orientação localizada, o modo cinemático em câmara lenta ou até a possibilidade de fazer coloração de imagens em pós produção.
No que toca à inteligência artificial, este ano arranca limitada ao inglês com o iPhone 16, mas que poderá expandir-se para espanhol e mandarim em 2025, mas sem planos anunciados para o português.
O (ou a) assistente digital Siri surge com poderes reforçados para pesquisar imagens no histórico do telefone para encontrar situações específicas, ou para devolver excertos de vídeos que correspondem aos pedidos dos utilizadores. Também é possível dizer à Siri para pegar nas fotos tiradas na festa de sábado à noite para as guardar em determinada pasta ou enviar aos convidados – e a Siri terá em conta o contexto. Tirar fotos a um restaurante e saber a ementa ou fotografar um cão para conhecer a raça figuram no rol de exemplos que a Apple deu durante o evento – e que seguramente irão evoluir nos tempos mais próximos.
Mais uma vez, a defesa da privacidade foi destacada – mas teve como foco a proteção dos donos dos utilizadores do iPhone 16 quando recorrem aos servidores baseados na Internet ('cloud computing') para usar a Inteligência Artificial generativa para fazer pesquisas, processar dados ou redigir textos. Desta forma, os telemóveis passam a dar acesso às ferramentas de Inteligência Artificial que nunca poderiam correr localmente, nos próprios chips que os telemóveis transportam. Segundo os responsáveis da Apple os dados ficam sob privacidade – e em caso algum são armazenados nos servidores da Apple.
iPhone 16 e iPhone 16 Plus distinguem-se apenas pelo tamanho dos ecrãs. À semelhança das versões Pro, ambos têm proteções duas vezes mais resistentes que as da concorrência. Na traseira, há uma câmara angular com 48 megapíxeis (MP) e uma teleobjetiva de 12 MP que garante duas vezes zoom.
A Apple refere que, uma vez combinadas, estas duas câmaras conseguem atuar como se na verdade existissem quatro modos de foto – e nem as macros, que se distinguem pela captação de imagens de grande proximidade foram esquecidas. Para quem gosta de números e especificações, aqui fica a indicação de que este par de câmaras permite captar vídeos de qualidade Dolby Vision em ultra-alta resolução (4K) a 60 fotogramas por segundo - e ainda permite fotos “espaciais” que se adequam à visualização em óculos de realidade virtual.
O armazenamento começa nos 128 Gigabytes (GB) e termina nos 512 GB. Pelo menos até notícia em contrário, não há referência à memória RAM disponível. As baterias poderão garantir 22 horas vídeo ininterrupto para o iPhone 16 e 27 horas de vídeo sem interrupções para o iPhone 16 Plus, refere a Apple.
Além da proteção contra choques e impactos, nos ecrãs há resistência a dedadas, e ainda brilhos máximos que podem chegar a 2000 nits. Os dois telemóveis suportam mergulhos a seis metros de profundidade durante 30 minutos. E disponibilizam serviços de alertas e localização de satélite (disponível em Portugal) e comunicações para serviços de emergência com possibilidade de inserção de imagens para fornecer mais dados úteis para o socorro médico ou policial.
As duas versões dos iPhones 16 Pro garantem tudo o que as versões “standard” conseguem e ainda mais um pouco. Ambas são desenhadas notoriamente para quem tem pretensões artísticas ou profissionais. E isso tanto se nota através dos ecrãs mais avantajados, como no trio de câmaras traseiras… ou uma funcionalidade que promete arrebatar todos os candidatos a músicos, que permite fazer uma edição simplificada de composições através da ferramenta de lembretes sonoros, e a remoção de ruídos de fundo ou o acrescento de instrumentos.
No trio de câmaras destaca-se uma câmara principal com 48 MP, uma teleobjetiva de 12 MP e ainda grande angular de 48 MP. Com este conjunto de câmaras torna-se possível fazer brilharetes com o modo cinemático em câmara lenta e possibilidade de gravação a 4K com 120 fotogramas. Além de os sons poderem ser captados tendo em conta a localização, também se prevê a possibilidade de captação de imagens “espaciais” que se prestam à visualização com óculos de realidade virtual.
Estes dois telemóveis têm ecrãs similares aos das versões standard do iPhone 16, mas contam com um processador próprio que foi batizado de A18 Pro que reforça capacidade processamento de gráficos, além de já conter núcleos próprios para a Inteligência Artificial.
O iPhone 16 Pro tem bateria para 27 horas de vídeo; enquanto o iPhone 16 Pro Max já suporta 33 horas de vídeo. Carregam ambos 50% das baterias em 30 minutos. O iPhone 16 Pro pode ir ate 1 Terabytes de dados; enquanto a versão Max já suporta um máximo de 2 TB.
Portugal é um dos países onde o iPhone 16 vai ser mais caro. A lista em baixo foi elaborada pela Android Authority, sendo que, infelizmente, para encontrar o nosso país, terás de fazer um longo scroll ainda.
Preço do iPhone 16 por país (do mais barato para o mais caro)
Porquê tanta diferença de uns países para os outros?
China (765€)
Japão (796€)
Estados Unidos (798€)Hong Kong (804€)
Tailândia (807€)
Malásia (836€)
Emirados Árabes Unidos (840€)
Taiwan (844€)
Coreia do Sul (845€)
Austrália (846€)
Vietname (846€)
Índia (865€)
Filipinas (887€)
Nova Zelândia (894€)
Singapura (904€)
México (905€)
Chile (908€)
Suíça (911€)
Polónia (936€)
Luxemburgo (938€)
Reino Unido (949€)
Áustria (950€)
Alemanha (950€)
República Checa (958€)
Espanha (960€)
Canadá (967€)
França (971€)
Bélgica (971€)
Holanda (971€)
Irlanda (981€)
Itália (981€)
Portugal (989€)
Noruega (997€)
Finlândia (1001€)
Dinamarca (1006€)
Suécia (1006€)
Brasil (1252€)
Peru (1734€)
Como foi possível ver através desta lista, na Europa, Portugal apenas perde para os países nórdicos. Entre estes, Dinamarca, Suécia, Noruega e Finlândia, que, de um modo geral, têm mais poder de compra do que o consumidor português.
Perante os números, é possível que te tenhas questionado acerca do motivo por detrás de tanta diferença. Segundo a mesma fonte, tudo está em proporção aos custos que a Apple tem em cada um destes países.Antes da empresa colocar o iPhone 16 à venda, a Apple tem atenção ao preço a pagar por mão de obra, impostos de importação, entre muitos outros elementos. Só depois de uma análise profunda neste sentido é que se atribui um preço concreto de mercado.
Olhemos para o exemplo do Brasil, que é penúltimo na lista. Como refere o jornal brasileiro “Terra”, há alguns indicadores que fazem o preço saltar para valores exorbitantes. Desde já, o Brasil aplica uma alta carga tributária sobre produtos eletrónicos.
Esta subdivide-se entre IPI federal (Imposto Sobre Produtos Industrializados), ICMS estadual (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), PIS (Programa de Integração Social) e a COFINS (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social).
Tudo isto junto faz com que o preço seja quase 500€ superior ao preço praticado na China. Em Portugal, a situação é semelhante. Por esse motivo, não é de estranhar que o nosso país também seja sempre um dos mais caros, no que toca à aquisição de produtos deste género.



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